Em 1964, as Edições Tempo Brasileiro, do Rio de Janeiro, vendo a soberania brasileira em risco, com o movimento estadunidense aliado a militares e empresários assumirem o governo do País, com o golpe contra o Presidente João Goulart, editaram a coletânea de pronunciamentos, mensagens e manifestações do estadista Getúlio Vargas, onde o tema foi o petróleo. E convocaram um de seus colaboradores diretos na criação da Petrobrás, o economista Jesus Soares Pereira, para dar seu depoimento. Desta iniciativa resultou o livro “A Política Nacionalista do Petróleo no Brasil”, de Getúlio Vargas, com apresentação do Diretor-Superintendente da Tempo Brasileiro, Alfredo Marques Vianna. Esta obra norteará nossas reflexões e comentários sobre o momento igualmente dramático da história do Brasil, quando capitais apátridas, onde não faltam capitais oriundos de ações criminosas, assumem o poder, com o golpe de 2016 contra a frágil democracia brasileira, e colocam o País submisso a aqueles interesses. O mais nefasto nem se trata desta invasão estrangeira, mas da aceitação, mais do que isso, da aliança que parte da elite do Brasil sempre cometeu contra a Nação, ao unir-se aos interesses colonizadores do exterior. Em mapa – A Aliança Liberal (1929-1930) – onde o economista e historiador gaúcho, Paulo Gilberto Fagundes Vizentini (“Os liberais e a crise da República Velha”, Editora Brasiliense, SP, 1983), retrata esta situação, verifica-se onde as oligarquias brasileiras dominavam o país, para manutenção da nossa sujeição, vassalagem, servidão e dependência aos interesses colonizadores estrangeiros. No sul, apenas havia nacionalismo em elites do Rio Grande do Sul, no nordeste, da Paraíba, um pouco mais era encontrado nas elites mineiras, fluminenses e paulistas. Por todo restante do Brasil, era o escravismo, era a alienação, era a própria covardia que imperava entre as elites em nosso País. O Brasil lutava pela independência, pela soberania, só conquistada em 1930 com a vitoriosa Revolução que, pela primeira vez, deu autonomia ao País. Luta pela soberania nacional Mas a luta pela Soberania Nacional não tem fim. Sempre há um novo poder a ameaçá-la. Já foi o divino, quando os jesuítas eram o poder psicossocial e mesmo político no Brasil, já foi de impérios nacionais, português, holandês, inglês, estadunidense, hoje o poder que nos ameaça é mais sutil, mais nefasto, pois não tem a visibilidade dos anteriores, é o poder das finanças apátridas, que, inclusive, usam estados nacionais já conquistados por elas para serem braços armados e para ameaças de bloqueio e sanções das mais diversas.