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A crise na Ucrânia e o declínio do imperialismo estadunidense


Link [2022-04-07 21:32:20]



Edmilson Costa Os marxistas costumam avaliar a realidade pelos seus veios mais profundos porque compreendem que a aparência dos fenômenos nem sempre corresponde à essência dos acontecimentos. Buscar compreender a realidade a partir da superfície dos eventos geralmente leva a erros crassos de avaliação. Por isso, é fundamental sempre observar o que se esconde por trás dos fatos, mesmo aqueles mais complexos. Esse método de compreensão da conjuntura é um instrumento fértil para clarear a percepção do teatro de operações, dos atores em ação, dos rumos da conjuntura, bem como para identificar os inimigos e as principais contradições em qualquer situação nacional e internacional, além de evitar as análises superficiais que possam levar a resultados desastrosos. Essas considerações são importantes porque se encaixam como uma luva à atual crise na Ucrânia e suas repercussões na geopolítica mundial, pois a guerra naquela região pode ser considerada a expressão concentrada de um conjunto de fenômenos que estão ocorrendo nos subterrâneos da ordem politica e econômica internacional e cujos desdobramentos terão repercussão por largo período na conjuntura internacional.  Quais são os fenômenos que efetivamente estão por trás dessa crise? Primeiro, a crise é a expressão do desespero do imperialismo estadunidense diante da crise sistêmica global, cujos fundamentos demonstraram as fissuras sociais e econômicas dos Estados Unidos e o declínio de sua hegemonia; segundo, representa o assombro norte-americano diante da parceria entre a Rússia e a China, cuja expressão mais recente foi o comunicado conjunto dos dois países buscando articular uma nova ordem multipolar global; terceiro, significa também a tentativa dos Estados Unidos de inviabilizar o gasoduto NordStream2, que ampliaria expressivamente o fornecimento de gás da Rússia para a Alemanha e vários países da Europa, propiciando aumento das relações comerciais entre Rússia e Europa e reduzindo a influência dos EUA na região. Consequentemente, os Estados Unidos visam, com a crise, conquistar esse grande mercado energético; quarto, essa crise também expressa uma disputa pela partilha do mundo, em novos termos, das burguesias dos diversos países imperialistas com a burguesia da Rússia. Portanto, a operação militar especial desencadeada pelos russos na Ucrânia é a expressão dessas contradições na geopolítica internacional. 



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