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O golpista do Tinder e como a carência faz a gente fazer muita merda


Link [2022-03-05 18:55:22]



Assistindo ao "Golpista do Tinder" (Netflix) me peguei julgando as vítimas, porém, antes que completasse o raciocínio: "mas como elas acred...", lembrei o quanto fui trouxa. Na real, sendo bem honesta, me expondo mais que os nudes do meu Instagram @krishnamahon, venho de uma linhagem de trouxas. Meu pai dá até dó, minha mãe já pegou meu pai (socorro! Onde os dois estavam com a cabeça?) e o fruto não cai longe da árvore. "Vou pedir pro krush bloquear todos os meus 6 perfis". Quando ouvi isso de uma deusa-amiga não imaginava que alguém "normal" tivesse mais de um perfil, quiçá dois, seis então... Ela me explicou que esse voyeurismo digital é muito comum, mas que stalkear o krush acaba sendo uma ferramenta para sofrer, conscientemente ou não. E eu crente que as redes sociais podiam conectar pessoas, resolver as carências. Já contei que sou trouxa né? Tem um poema do Drummond que começa assim: "João amava Teresa que amava Raimundo / Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém". Esse "quem eu quero não me quer, quem me quer não vou querer" é tão triste quanto "se as relações são líquidas eu quero é passar o rodo". Imagino Bauman, que explicou que as relações não foram mais feitas para durar, reprovando, balançando a cabeça em negação. Enquanto isso o Tinder, Happn e outros apps servindo de rodo para uma cambada de gente que corre o risco de passar a vida de contatinho em contatinho, achando que está abafando, sem saber que o fogo no rabo é bom, mas que a conexão cabeça, coração e rabo é absurdamente melhor. Leia mais (03/05/2022 - 08h00)



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