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Digitalização radical dos bancos transformou o cliente em indesejável


Link [2022-03-27 20:32:38]



Sei que muitas empresas instituíram departamentos de diversidade. Parabéns. Sem dúvida, para grupos que têm estado fora da cadeia produtiva e de incentivos de carreira é uma boa. Alguns consideram esse fato um indício de humanização nas relações corporativas. Não creio. O que há é uma interação entre políticas de branding e ampliação no aproveitamento da população jovem antes excluída. Não creio que ocorra hoje um processo de humanização nas relações comerciais ou corporativas. Pelo contrário, acho que está em curso uma nova onda de desumanização radical. No campo das relações com o consumidor, a desumanização salta aos olhos. Banking é o campeão da desumanização na relação com seus clientes. Interessante notar que o uso de uma expressão em inglês como "banking" para as relações entre os bancos e os clientes -além do tom brega de tudo que opta por termos em inglês para ficar melhor no ranço do marketing e do branding- aponta para uma desumanização gourmetizada. Falar em banking é como se sua relação com o banco tivesse entrado numa nova era de luz, felicidade e realizações. Basta ver a dimensão solar dos comerciais de banking. O mundo nunca foi tão lindo. Meninos, meninas e menines jovens brilham sob a luz do futuro que emana dos aplicativos dos bancos nos seus celulares. Tudo funciona e todo mundo é feliz. Atendimento 36 horas por dia. Houve de fato uma disrupção, como gostam de dizer no mundo corporativo, nas relações entre bancos e clientes. Fruto da digitalização radical dos bancos, essa disrupção transformou o cliente num elemento indesejável no cotidiano dos bancos. Um pouco como os alunos já são no cotidiano do sistema de educação: um elemento indesejável, ainda que necessário, na burocracia do MEC, da Capes e do mercado. Leia mais (03/27/2022 - 14h00)



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